Queimaduras na boca – quais são as possíveis causas?

lesoes na boca

As lesões físicas e químicas da cavidade oral são muitas vezes descobertas durante o exame de rotina e são um achado comum, pois a cavidade oral está continuamente exposta a traumas e agentes químicos.

Estes podem variar de oclusão traumática, anatomia oclusal nítida, produtos ácidos e alcalinos ou medicamentos e alimentos ou bebidas em temperaturas variadas.

As lesões orais relacionadas ao trauma são comuns na prática clínica da odontologia e podem prejudicar a função oral normal do paciente e causar dor na alimentação, mastigação e fala do paciente.

Uma lesão na mucosa oral pode resultar de trauma físico, químico ou térmico. Essas lesões podem resultar de mordidas acidentais nos dentes, alimentos duros, bordas afiadas dos dentes, alimentos quentes ou escovação excessiva dos dentes.

Tanto a mucosa oral quanto a pele são estratificadas com uma camada superficial de epitélio ou epiderme, uma camada intermediária de lâmina basal e uma camada profunda de lâmina própria, submucosa ou derme.


Diagnóstico diferencial

• Úlceras traumáticas
Herpes simples
• Doença vesicobolhosa
• Estomatite medicamentosa


Tratamento inicial

queimaduras orais

As queimaduras superficiais da mucosa podem cicatrizar em um curto período (dentro de 1 ou 2 semanas), pois a renovação da mucosa oral é muito alta.

Cirurgia oral e antibióticos são necessários em casos muito raros.

Gel com ácido hialurônico pode acelerar o processo de cicatrização.


Queimadura termogênica

A queimadura térmica envolve a transferência de calor latente para ou da mucosa oral em contato com os extremos de alta e baixa temperatura.

As queimaduras térmicas de alta temperatura, ou queimaduras termogênicas, são mais frequentemente causadas pela ingestão acidental de substâncias quentes e, coletivamente, compreendem até um quarto das queimaduras orais em pacientes pediátricos.


Alimentos no microondas são culpados comuns, pois são frequentemente superaquecidos ou insuficientemente resfriados antes da ingestão.


Além das queimaduras de contato, as queimaduras térmicas de alta temperatura também podem surgir da exposição por inalação a fumos, vapores ou fumaça quentes. Atualmente, há uma incidência crescente de queimaduras intrabucais relacionadas a explosões de cigarros eletrônicos.


As queimaduras termogênicas da mucosa oral são tipicamente superficiais ou de espessura parcial, uma vez que o contato com a mucosa é frequentemente transitório, seguido de expulsão ou deglutição rápida do agente agressor no contato inicial.


Queimadura criogênica

Em queimaduras térmicas de baixa temperatura, ou queimaduras criogênicas, o frio extremo afasta o calor da mucosa oral e reduz criticamente a temperatura na área de contato.

Isso gera uma “queimadura fria”, na qual o rápido equilíbrio da temperatura resulta em uma lesão necrótica induzida pelo frio da mucosa oral afetada.


Queimadura química

As queimaduras químicas orais são categorizadas pelo mecanismo etiológico, pois essas lesões são queimaduras induzidas por ácidos ou álcalis.

Os ácidos causam necrose de coagulação das células epiteliais da superfície, deixando para trás uma escara que limita a penetração do ácido na camada submucosa mais profunda.


Por outro lado, os álcalis causam necrose de liquefação das células epiteliais, o que permite que o álcali percole através da mucosa superficial e exacerbe a lesão por meio da solubilização de proteínas e saponificação gordurosa na camada submucosa mais profunda.


Queimadura elétrica

As queimaduras elétricas compreendem apenas uma minoria da incidência geral de queimaduras orais, mas apesar de sua incidência relativamente baixa, as queimaduras elétricas podem resultar em lesões intraorais devastadoras que muitas vezes também se manifestam extraoralmente.

As queimaduras elétricas são categorizadas como tipo de arco ou de contato, sendo o tipo de arco mais comum intraoralmente.

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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Dra. Juliana Toma

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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