Melasma – O que É? Causas, Sintomas e Diagnóstico

Melasma Tratamento

Além de ótimas lembranças, o verão pode deixar para trás o escurecimento indesejado da pele. A hiper pigmentação persistente do rosto – chamada melasma, acomete as bochechas, a ponte do nariz, a testa, o lábio superior e, ocasionalmente, nos antebraços.

Se assemelha quanto a aparência às manchas da idade, mas as áreas escuras atingem maiores dimensões.

O melasma ocorre em todos os tipos de pele, com mais frequência nas peles escuras. As populações do leste asiático, sudeste asiático, hispânicas e negras apresentam a maiores taxas de ocorrência. Até 30% das mulheres asiáticas de meia-idade desenvolvem melasma.



Em geral, as mulheres são mais afetadas. A Academia Americana de Dermatologia estima que 90% daqueles que possuem melasma sejam mulheres.

MotivosComo as mulheres são mais afetadas
Alterações hormonaisDevido a flutuações hormonais, como durante a gravidez e a menopausa, as mulheres têm maior probabilidade de apresentar melasma.
Exposição ao solAs mulheres são mais expostas ao sol, como medida de proteção, devido à pressão social de ter uma pele mais clara.
Predisposição GenéticaAs mulheres são mais propensas a ter uma predisposição genética para o desenvolvimento de melasma devido ao seu sexo.
Terapia de Reposição HormonalAs mulheres submetidas à terapia de reposição hormonal, como pílulas anticoncepcionais, têm maior probabilidade de apresentar melasma do que os homens.

Os homens não estão imunes; quase 35% dos homens desenvolvem a doença.

O que Causa o Melasma?

A radiação solar é o principal gatilho. Quanto maior a exposição ao sol, maiores são os riscos. A idade aumenta o potencial, assim como a histórico de vitiligo e a existência de múltiplos sinais ou marcas de nascença. A segunda causa mais relevante são os hormônios femininos.

O melasma não só é mais comum em mulheres como também é mais grave.

Pode aparecer durante a gravidez (a “máscara da gravidez” ou cloasma), com o uso de contraceptivos orais e terapia de reposição hormonal (TRH). Infelizmente, a descontinuação da medicação nem sempre reverte a pigmentação.

CausaExplicação
Alterações hormonaisAlterações hormonais devido à gravidez, uso de contraceptivos orais ou tópicos ou terapia de reposição hormonal podem desencadear a produção de melanina e causar melasma.
Exposição à luz solarA radiação ultravioleta do sol pode agravar o melasma, especialmente quando combinada com alterações hormonais ou medicamentos.
Predisposição GenéticaAcredita-se que o melasma tenha um componente genético e alguns indivíduos podem ser mais propensos a desenvolver melasma do que outros.
Certos medicamentosCertos medicamentos, como antibióticos e anti-inflamatórios não esteróides, bem como perfumes, cosméticos e agentes químicos, podem causar melasma.


Fisiopatologia – Por que surge o melasma?

FisiopatologiaMecanismo
MelanogêneseO melasma está ligado ao aumento da melanogênese, que é o processo de produção do pigmento melanina. Esse aumento na produção de melanina se deve à estimulação dos melanócitos pela radiação ultravioleta, hormônios e outros mediadores inflamatórios.
Alterações epidérmicas e dérmicasO melasma está associado a alterações epidérmicas e dérmicas, como aumento da espessura epidérmica e aumento da atividade de fibroblastos e melanócitos dérmicos. Além disso, há um aumento da secreção de mediadores inflamatórios, como citocinas e quimiocinas, no compartimento dérmico.
Inflamação e estresse oxidativoInflamação e estresse oxidativo também desempenham um papel na patogênese do melasma. O estresse oxidativo pode levar a um aumento na produção de espécies reativas de oxigênio, que podem estimular os melanócitos a produzir mais melanina.
Fatores hormonaisAcredita-se que os fatores hormonais desempenhem um papel na patogênese do melasma, pois é mais comum em mulheres em idade reprodutiva. Um aumento de hormônios, como estrogênio e progesterona, pode levar ao aumento da melanogênese.


Remédios que podem piorar o melasma

aprenda mais melasma
MedicamentoAgravamento potencial do melasma
Corticosteróides tópicosO uso prolongado pode causar estrias, afinamento da pele e piora do melasma.
Contraceptivos hormonaisPode causar uma exacerbação do melasma devido a flutuações hormonais.
Medicamentos fotossensibilizantesO aumento da fotossensibilidade pode levar ao melasma exacerbado.
RetinóidesPode aumentar a hiperpigmentação e piorar o melasma.
Medicamentos antimaláricosPode causar aumento do melasma, particularmente hidroxicloroquina.

Sintomas de Melasma

SintomaDescrição
HiperpigmentaçãoExcesso de produção de melanina, causando escurecimento da pele em determinadas áreas, como o rosto.
As alterações no tom variam conforme o tom de pele da pessoa.
Formato IrregularFormato das manchas é geralmente irregular, e simétrico, igual nos dois lados do rosto.


Por Que o Melasma Surge de Forma Diferente nos Grupos Étnicos?

A cor da pele é determinada pela densidade e distribuição da melanina, o pigmento natural, na pele. Todas as etnias tem um número similar de células produtoras de melanina, ou melanócitos, em sua pele.

O que difere é o nível de atividade dos melanócitos e a proximidade das células em sua organização.

Tipos de pele com mais atividade melanocítica ou peles de tipos mais escuros, reagem à inflamação ou à exposição a UV com atividade melanocítica mais intensa, causando uma hiper (aumento) e, às vezes, hipo (redução) da pigmentação.

Como o Melasma é Tratado?

o que e melasma

A proteção solar é a base da prevenção e tratamento do melasma. O uso diário de um filtro solar de amplo espectro (pelo menos FPS 30), com capacidade de bloqueio dos raios UVA e UVB é importante. Os filtros devem ser aplicados pelo menos 20 minutos antes e 30 minutos após a exposição ao sol.

Os produtos devem conter um ou mais dos seguintes ingredientes, a fim de proteger contra os raios UVA de comprimento de onda longos: óxido de zinco, óxido de titânio, Ecamsule e/ ou avobenzona (Parsol 1789).

A proteção também pode ser feita pelo uso de maquiagem contendo óxido de ferro. Chapéus com uma aba de 2 a 3 polegadas e óculos escuros ajudam a reduzir a exposição à luz UV. É importante lembrar que os raios solares danosos penetram através da janela do carro.

Produtos com ação clareadora de uso tópico, tais como a hidroquinona em concentrações utilizadas em prescrição, isoladamente ou em combinação com retinóides e esteroides tópicos, são muito úteis no tratamento do melasma.

Sua eficácia é ampliada quando combinada com uma série de peelings com ácido glicólico, ácido salicílico ou ácido tricloroacético. Os tratamentos devem ser ajustados de acordo com o tipo de pele para obter melhores resultados.

Outros agentes que também desempenham um papel na redução da pigmentação são: as vitaminas C e E, ácido azeláico, alcaçuz, ácido kójico, ácido elágico e arbutina.

Lasers são frequentemente aplicado nos tratamentos contra o Melasma, mas eles não são tão eficazes quanto para manchas de idade solitária ou vasos sanguíneos.

Medicamentos orais, como o ácido tranexâmico, também são úteis como tratamento adjunto para alguns pacientes.


Vitaminas e Minerais – Relação com Melasma

Minerais/VitaminasBenefícios para Melasma
ZincoInduz o clareamento da pele e bloqueia a produção de melanina
Vitamina CPropriedades antioxidantes, ajudam a reduzir o aparecimento de manchas
Vitamina B3Reduz a inflamação, melhora o clareamento da pele
Vitamina B12Suporta a renovação da pele, ajuda a manter o tom de pele uniforme
SelênioEfeito antioxidante, ajuda a reduzir a inflamação
CobreAumenta a produção de melanina, protege contra danos na pele

Resumo

Acredito que um tratamento combinando diferentes abordagens, adaptada à etnia do paciente, à localização da pigmentação na pele e ao estado de saúde subjacente, leva a uma melhoria significativa e duradoura do melasma.

A boa notícia é que, se Melasma te incomodar, não é algo com o que você precisa conviver!

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

Compartilhe Esse Conteúdo
Facebook
Twitter
LinkedIn
Dra. Juliana Toma

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

Últimos Posts

newsletter

Receba Novidades Por E-mail

Deixe um Comentário

Postagens Relacionadas

Anosognosia: tudo sobre o assunto

Anosognosia: o que é, sintomas e principais causas

Anosognosia é uma condição neurológica caracterizada por uma falta de consciência ou negação de uma doença ou deficiência, mais comumente observada em pacientes com danos cerebrais ou distúrbios neurológicos.  Esquecimentos são comuns,

Continue Lendo
categorias

Pesquise por Categoria

Urologia

Sintomas

Reumatologia

Radiologia

Psiquiatria

Psicologia

Pediatria

Otorrinolarigonlogia

Ortopedia

Oncologia

Oftalmologia

Nutrição

Notícias

Neurologia

Neurocirurgia

Nefrologia

Medicina Esportiva

Mastologia

Infectologia

Ginecologia e Obstetrícia

Gerontologia

Geriatria

Gastroenterologia

Fisioterapia

Fisiatria

Farmácia

Endocrinologia

Educação Física

Dor

Doenças

Dermatologia

Curiosidades

Clínica Médica

Cirurgia Vascular

Cirurgia Plástica

Canabidiol

Biomedicina

Artigos

Alergia

Acupuntura

newsletter

Receba Novidades Por E-mail